sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Banho quente

Chuveiro de cera de parafina
Envolve queimando o pavio da alma
Escorre moldando meu corpo nu
Resseca e eterniza o que há por vir
                                          
O frio é criado sem teu calor
Queima e afasta essa criação
Derreta em rubras larvas
O sólido orgulho ferido
E humilde faço o pedido
De beijo, gozo e riso

Cobre violento, de leve
Cada canto do meu aposento
Fuja ligeiro! E deixe no sangue
O vicio intrínseco de pertença a mim

Chuveiro de cera de parafina
A luz finda
Eu me acendo
Espero acordada a solidão dormir.

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