quarta-feira, 24 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Desavergonhada decisão
De hoje,
nenhuma palavra ficará soterrada, desdita,
atravessada, engasgada, embolorada
e cheia de pêlos.
De hoje,
palavras tomam sol na varanda,
abrem janelas,
vão à praia,
percorrem distâncias,
trazem pra perto,
libertam.
Palavras, fazem crescer o mundo;
curam câncer,
criam humanos,
intensificam cores,
tornam sons vizíveis,
valorizam silêncios
e comem maçãs.
De hoje,
palavras antigas, guardadas,
sacodem o pó de suas rotas roupas,
estalam os ossos e todos os dedos
e ouvem perplexas de êxtase
o som quase impróprio de sua própria voz.
De hoje,
p a l a v r a s d a n ç a r ã o...
nenhuma palavra ficará soterrada, desdita,
atravessada, engasgada, embolorada
e cheia de pêlos.
De hoje,
palavras tomam sol na varanda,
abrem janelas,
vão à praia,
percorrem distâncias,
trazem pra perto,
libertam.
Palavras, fazem crescer o mundo;
curam câncer,
criam humanos,
intensificam cores,
tornam sons vizíveis,
valorizam silêncios
e comem maçãs.
De hoje,
palavras antigas, guardadas,
sacodem o pó de suas rotas roupas,
estalam os ossos e todos os dedos
e ouvem perplexas de êxtase
o som quase impróprio de sua própria voz.
De hoje,
p a l a v r a s d a n ç a r ã o...
E esse vazio sem peito que vez ou outra me carrega?
Pesa meus olhos que se fecham,
pra alma escapulir do corpo disfarçada de oxigênio.
Daí,
em (des)caminhos vou pra onde não chego
chego pronde não vou
quem vem pronde estou nada encontra
nunca estou onde estou
Não nesse quarto de cama grande e vermelha
onde insetos morrem de overdose
e sonhos insones são mudos;
não onde livros vivem em caixas
e o pó espera _ sabe-se lá sobre o quê _ sob todas as superfícies.
Não nessas sacolas de plástico denso,
não, não em mim
e não em qualquer palavra.
Daqui,
ouço o Mar
ele fica quase aqui
Mas, o Mar não fica
vai
Nesses dias de vazio sem peito
quase como o Mar
não fico
Mas, ninguém escuta.
Pesa meus olhos que se fecham,
pra alma escapulir do corpo disfarçada de oxigênio.
Daí,
em (des)caminhos vou pra onde não chego
chego pronde não vou
quem vem pronde estou nada encontra
nunca estou onde estou
Não nesse quarto de cama grande e vermelha
onde insetos morrem de overdose
e sonhos insones são mudos;
não onde livros vivem em caixas
e o pó espera _ sabe-se lá sobre o quê _ sob todas as superfícies.
Não nessas sacolas de plástico denso,
não, não em mim
e não em qualquer palavra.
Daqui,
ouço o Mar
ele fica quase aqui
Mas, o Mar não fica
vai
Nesses dias de vazio sem peito
quase como o Mar
não fico
Mas, ninguém escuta.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
dizem
Um dia despropositalmente, enquanto fingia ouvir os caprichos da antiga cliente rica, ele aprendeu a arte de não estar. Não estar era múltiplo: podia ser qualquer lugar ou qualquer outro lugar, e era tão superior, confortante, real, seguro, macio e azul... que ele passou a não estar, com uma frequência apaixonada e uma obsessão ritualística. Fazia tanto tempo que ele não estava, que não estar passou a ultrapassar qualquer possibilidade de escolha. Até que um dia despropositalmente morreu. Morreu - dizem - de tanto não estar.
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