segunda-feira, 22 de abril de 2013

Desavergonhada decisão

De hoje,
nenhuma palavra ficará soterrada, desdita,
atravessada, engasgada, embolorada
e cheia de pêlos.

De hoje,
palavras tomam sol na varanda,
abrem janelas,
vão à praia,
percorrem distâncias,
trazem pra perto,
libertam.

Palavras, fazem crescer o mundo;
curam câncer,
criam humanos,
intensificam cores,
tornam sons vizíveis,
valorizam silêncios
e comem maçãs.

De hoje,
palavras antigas, guardadas,
sacodem o pó de suas rotas roupas,
estalam os ossos e todos os dedos
e ouvem perplexas de êxtase
o som quase impróprio de sua própria voz.

De hoje,

p a l a v r a s  d a n ç a r ã o...

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