terça-feira, 8 de março de 2011

Ilusão de ótica




Por que  sempre que me afasto de tudo o que tenho a fazer
as coisas parecem tão simples, rápidas e fáceis de serem resolvidas?


domingo, 6 de março de 2011

Solidão Necessária

Os solitários são solidários
mas aos homens comuns isto é hilário;

acostumados a tirar tudo de todos
desconfiam de quem ofereça
algo que não seja esmola

Para eles quem anda só é só ladrão.
Proclamam em alto som:
 - Nada de bom pode dar a solidão!

Assim caminham tão próximos que chegam
a esquecer quem são.
Sugam-se mutuamente até tornarem-se
o pó do chão.

Eles vivem em mutilações recíprocas
e pedem incessantemente pela vida alheia.

Sobre estes homens assim falou Zaratustra:

"Um procura o próximo porque
se procura a si mesmo;
outro porque gostaria de se perder.
Vossa malquerença por vós mesmos converte
vossa solidão em cativeiro" (Nietzsche)


Portanto eu vou embora
preciso de solidão.
Não posso ficar muito tempo
nesse aconchego que é você.

Receio começar os pedidos,
que são por demais excedidos.

Aliás, todo pedido é demais!

A distância salpicada por breves e bons
encontros, pode ser a melhor forma
de não perdemos o que somos.

Nos damos sem pedir,
tudo o que queremos dar
e isto basta!

Neguemo-nos ao gozo medíocre e comum
de ver o outro rastejar.
Não há nada a superar que
não seja a nós mesmos.

E assim falou Zaratustra:

"Foge, meu amigo, para tua solidão.
Vejo-te aqui atacado por moscas venenosas.
Refugia-te onde sopre um vento rijo e forte!
Foge para tua solidão." (Nietzsche)

e

"De vós que vos escolhestes a vós mesmos,
deverá surgir e crescer um povo eleito,
do qual nascerá o super-homem." (Nietzsche)

terça-feira, 1 de março de 2011

não é fim não é começo

o coração pulsa na cabeça
a vida passa
deixa as cartas sobre a mesa

um soco no escuro

um furo
minha sombra que pulou o muro
pra ver se via
o olho esquerdo do futuro

ninguém sabe ousar dizer a idade que se tem
o calendário não dá conta
da conta que foi e que ainda vem

quantos anos você tem?

quantos destes tem você?

dei-me um susto de presente
guardei no sótão do passado

agora vejo o que passou parado
como um monte de areia sem vento

os sonhos filtrados não dizem mais nada
inuteis
como facas sem corte
esperam a morte

quem sabe que não pode saber
o que sempre soube

e esquece de saber esquecer sobre isto

e também sobre aquilo

consegue entender que o vermelho e o ferrugem

fortificam os ossos

mas fazem dor ao calcanhar do tempo

e as cartas ainda estão na mesa

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Alguns querem fazer sentido;
outros (muitos) querem fazer dinheiro.
Eu quero a (in)compatibilidade
de fazer os dois.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A vida com todas as suas 
emergências passageiras, 
toma em largos goles
o tempo com limão e gelo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Não quero consertar meus textos/
que eles sejam grotescos//
que digam tolices e confusões/
e sublimem minhas prisões.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

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Essa paixão de microondas...
esquenta as bordas e deixa o centro frio.
Na próxima, vou pedir panela, fogo e fogão...