Você disse que minha cara costumava ser mais bonita aos domingos. Tentei justificar, disse que estava cansada. Sentada no degrau da entrada da casa, sentia a umidade penetrar o corpo e observava lentamente o cair da garoa ligeira. A fumaça do teu cigarro envolveu zombeteira a sensatez dos meus raros pensamentos certos. Você nem aí. Descalço na chuva, fingia dar ouvidos ao relato arrempedido dos fatos desgraçados da noite anterior. Esvaziei a angústia. Você me deu um peteleco no nariz e entrou em casa rindo da minha meninice. Fiquei só com minhas misériazinhas e vi que ás vezes a dor é doce como sangue falso. Então levantei e me pedi desculpas.
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