quinta-feira, 30 de junho de 2011

5:41 - fluxo irrefletido - compulsão insone


Restos de pneus queimados
Sinais de manifestação recente
Redirecionando
Carregando falhas de páginas
Sem parar de pensar em coisas não vividas
Deposito certezas em (im)possibilidades
e depois do assalto não dormi mais

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Flor e a Náusea - Carlos Drummond de Andrade

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.

O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que triste são as coisas, consideradas em ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o  perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuida em casa.

Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios.
Garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é uma flor.

Sento-me no chão da capital do país
as cinco horas da tarde e lentamente passo a mão
nessa forma insegura.

Do lado das montanhas, nuvens macias avoluman-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Quê c vai fazer amanhã?


15:30 – Ato de reivindicação do piso salarial dos professores – local: Praça da Bandeira – maiores informações no link: http://sintejoinville.blogspot.com/

20h – Espetáculo: “Bonecrônicas” (teatro de animação/ Cia Anima Sonho de Porto Alegre – Gratuito – local: SESC/Jlle – R: Itaiópolis, 470, América – maiores informações:

21h – Dj PHC (Ramones, Smiths,Strokes, Depeche Mode, Radiohead, Cure) – Consumação: 5 reais. Local: Pixel - R: Almirante Jaceguay, 167 D - Santo Antônio.

22h – Quartas Soul Bovary com Sociedade Soul de Floripa– Local: Bovary Snooker Pub – maiores informações:  http://www.bovarysnookerpub.com.br/

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Errata do Cartaz

O Debate abaixo anunciado será dia 18 ás 15h - no cartaz está as 18h =/

obs: não esqueçam de ler o texto antes. huahaua..

terça-feira, 7 de junho de 2011


O Movimento Passe Livre convida todos para o debate sobre o texto A  Distribuição da Carga Tributária: quem paga a conta? do economista Evilásio Salvador. O texto pode ser baixado nesse link.

O texto trata da questão da carga tributária no Brasil, partindo de uma análise conceitual do imposto (imposto progressivo, regressivo, transferível, intransferível, sobre consumo, sobre renda, sobre patrimônio etc.) e, em seguida, propõe uma leitura da realidade brasileira a fim de demonstrar quem financia realmente o Estado brasileiro.
Do ponto de vista do movimento social, a importância do discussão e leitura desse texto reside em compreendermos à lógica de arrecadação do Estado, tendo em vista que defendemos uma política pública de transporte coletivo que tribute as classes mais altas.

O debate será realizado no Centro de Direitos Humanos (Rua Plácido Olímpio de Oliveira, 660, Bucarein) às 15h do dia 18 de junho de 2011, sábado.

Evilásio Salvador é economista, foi assessor sindical (bancários e auditores da receita federal) e hoje é professor da Universidade de Brasília.

O debate é aberto a todos, não é fechado a membros do MPL, mas sim direcionado a todos que desejam conhecer, debater e compreender um tema público de primeira importância que é a questão da arrecadação do Estado. Sinta-se convidado.

Movimento Passe Livre, 6 de junho de 2011.